Ao longo da minha vida a espiritualidade sempre esteve presente, em todos os momentos, quando você descobre que é muito mais do que imagina, a opressão das nossas ilusões reduz a sua intensidade. Iniciei a minha trajetória aos 17 anos através da performance no teatro de um Centro Espírita Kardecista. Em seguida fui convidada para conhecer um terreiro de Umbanda. E lá, desenvolvi minha sensibilidade mediúnica através da psicofonia. Um ano depois fui convidada a fazer parte de um grupo de trabalhos de uma casa espiritualista, cujo foco era desobsessão e cura.

O termo espiritualista mudou completamente minha visão sobre a ideia de religião, e para fugir das categorias regulamentadas pela Federação Espírita Brasileira FEB, me tornei uma espiritualista independente. A curiosidade de entender a dinâmica das religiões mediúnicas no Brasil, me conduziram ao Mestrado na área de Antropologia, para tentar entender por que a umbanda e o espiritismo eram vistos na literatura como forças opostas e, portanto, deveriam permanecer separadas, quando na minha experiência na casa espiritualista e no terreiro de Umbanda, as pessoas percorriam ambas as religiões de forma complementar.

Durante o mestrado a Antropologia me ensinou as virtudes da empatia e da capacidade de enxergar que tudo é invenção, a nossa cultura é produzida de sentido e construída por alicerces que nos perseguem ao longo da história. Foi então que descobri o quanto de espírito há nos arquétipos, sobre como nós somos suscetíveis ao campo astral. Mas o mais fantástico, foi descobrir o poder do simbólico emanado das cartas do Tarot, e o quando nos responde sobre as inquietações que nos afligem diariamente.

O contato com o Tarot, está sendo umas das fases mais significativas para a minha trajetória de vida, porque ela encerra todo o meu aprendizado com as experiências com os espíritos entre o céu e o inferno de cada um de nós. A mensagem, a comunicação que antes acontecia através da incorporação, hoje incorpora a simbologia das cartas.

Por todos esses anos experimentei dores, aprendizados e sensações que me gabaritaram para atender aqueles que estão dispostos a bancar o enfrentamento necessário de si, assim como fui obrigada a fazer um dia. Sou uma espiritualista independente até hoje, e caminho para uma jornada mercuriana de comunicar o entre mundo entre a luz e a escuridão, que não podem ser tratadas de forma excludente. A evolução do espírito é dependente da integração promovida pelo contraste, a fim de que possamos usufruir do valor inquestionável das diferenças, na constância das nossas sensações internas que nos conduz naturalmente a expansão da consciência..